Pesos de ouro no lagoftalmos paralítico

Autores: 

Jesus Ocaña, Peter Pêgo, Bernardo Feijóo, Cristina Vendrell, João Cabral

Resumo: 
     Introdução: O lagoftalmos secundário a paralisia facial, ao originar um mau encerramento palpebral, apresenta com frequência complicações que podem ser graves, como queratites e úlceras corneanas que podem evoluir até à perfuração. De forma a evitar estas complicações, tem sido classicamente utilizada a técnica da tarsorrafia, entre outras. Esta é uma técnica eficaz mas mutilante do ponto de vista visual. Hoje em dia é prática habitual a utilização de pesos de ouro para reabilitar a pálpebra superior. Deste modo, não só evitamos as complicações decorrentes da exposição corneana, mas também melhoramos o aspecto estético, contribuindo para uma melhor auto-estima do doente. Pretendemos mostrar a técnica de colocação de pesos de ouro prétarsais e as suas complicações, bem como os resultados obtidos na nossa série de doentes, operados durante o ano de 2005.
     Material e Métodos: Em 2005 foram operados oito doentes com paralisia facial, tendo sido colocados implantes prétarsais de ouro na pálpebra superior afectada, com pesos entre 0,8 e 1,8 gr.
     Resultados: Em seis dos casos obteve-se bom resultado funcional e estético com resolução do lagoftalmos. Nos restantes dois casos, um doente apresentou rejeição do implante com extrusão do mesmo; no outro obteve-se uma ptose por colocação de peso excessivo.
     Conclusão: Os implantes com pesos de ouro têm demonstrado ser muito eficazes na reabilitação da pálpebra superior. A técnica é relativamente simples e bem tolerada pelos pacientes, apresentando poucas complicações pós-operatórias, que quando presentes são geralmente de rápida resolução.

 

Apresentado: 
no 50º Congresso Português de Oftalmologia, no Porto, Dezembro de 2007