Autores:
Sara Gonçalves Carrasquinho, Sara Pinto, Bernardo Feijóo, Jesus Ocaña, João Cabral e Manuela Bernardo
Resumo:
Introdução: Apresenta-se um caso clínico de Oftalmopatia de Graves com evolução clínica infrequente. A Oftalmopatia é a manifestação extratiróideia mais comum da Doença de Graves, precedendo ou seguindo o diagnóstico entre um (75% dos casos) a vários anos.
Material e métodos: Doente de 24 anos, do sexo feminino, com edema palpebral e proptose do olho esquerdo (OE). Referia episódios de edema palpebral e proptose alternantes aos 9 e 18 anos (investigação clínica inconclusiva). Realizou-se avaliação oftalmológica, exames analíticos, ecografia ocular e TC CE e órbitas.
Resultados: Na observação salienta-se edema palpebral, proptose com retracção da pálpebra inferior, quemosis e congestão vascular no OE. A exoftalmometria de Hertel demonstrou diferença superior a 2 mm. Analiticamente, detectou-se FT3 (19,60), T4 (30,40) e FT4 (5,45) aumentadas, TSH imensurável e positividade para TRAb (18,30). A ecografia evidenciou espessamento e diminuição da reflectividade dos músculos oculomolores. A TC mostrou aumento da gordura intraorbitária, espessamento da musculatura oculomotora, atingimento das inserções tendinosas e estiramento do nervo óptico no OE (menor expressão no OD).
Conclusões: Dado a história natural da Oftalmopatia de Graves não se encontrar completamente esclarecida e a possibilidade de ocorrência com estados de função tiróideia díspares, é importante um seguimento oftalmológico diligente destes doentes.
Apresentado:
no XLVII Congresso Português de Oftalmologia, em Viseu, Dezembro de 2004