Autores:
Mafalda Mota, Diana Silva, Inês Coutinho, Manuela Bernardo, Graça Pires, João Cabral, Isabel Prieto
Resumo:
Objectivo: Descrição de caso clínico, destacando a importância do diagnóstico diferencial de massa orbitária.
Caso Clínico: Homem de 59 anos, que recorreu ao Serviço de Urgência por edema palpebral doloroso à direita, com 1 semana de evolução. MAVC 10/10 ODE. Observação: proptose com edema palpebral duro à direita, pálpebra superior espessada e sem mobilidade. Reflexos pupilares presentes e simétricos, com limitação da supraducção, levosupraducção e dextrosupraducção à direita. Palpação de massa de consistência dura entre o rebordo orbitário temporal superior e o globo ocular, pouco móvel. Biomicroscopia e fundoscopia sem alterações. Realizou-se TC e RM de órbitas que revelaram presença de lesão na vertente superior e anterior da cavidade orbitaria direita, com expressão intra e extra-cónica, sem extensão ao ápex, envolvendo a glândula lacrimal e desviando o músculo recto superior, o complexo bainha-nervo óptico e o globo ocular, com extensão às pálpebras inferior e superior. As hipóteses de diagnóstico colocadas foram de doença linfoproliferativa ou pseudotumor orbitário. Fez-se biopsia cirúrgica da lesão que revelou tratar-se de um processo inflamatório granulomatoso. Nos exames laboratoriais e TC torácica não se observaram alterações relevantes. Dado suspeita de síndrome inflamatório da órbita (SIO), iniciou corticoterapia oral, com regressão total da sintomatologia. Atualmente (16 meses de follow-up) encontra-se sem alterações das ducções à direita e com total mobilidade da pálpebra superior.
Conclusão: O SIO é uma das causas mais comuns de uma massa orbitaria dolorosa no adulto. No entanto, este é um diagnóstico de exclusão, sendo necessário excluir outras causas de doença orbitária, como linfoma.
Apresentado:
na Reunião do Grupo Português de Órbita e Oculoplástica, no Porto, Outubro de 2016
Poster:
