Autores:
Maria João Santos, Fernando Trancoso Vaz, Graça Pires, João Cabral, Maria Filomena Costa e Silva, F. Esteves Esperancinha
Resumo:
Introdução: Entre os tumores da órbita no adulto, as metástases orbitárias têm uma frequência variável de 3 a 8%.
Os tumores que mais frequentemente metastizam para a órbita são o carcinoma da mama, o carcinoma do pulmão e o melanoma cutâneo.
75% dos casos de metastização orbitária apresentam antecedentes conhecidos de neoplasia mas num quarto dos casos a metastização orbitária pode ser a primeira manifestação clínica da doença neoplásica. As metástases orbitárias cuja localização primária é desconhecida podem ainda ter origem no carcinoma da tiroide, no carcinoma renal, no tumor carcinóide e em outras localizações menos frequentes.
Material e métodos: Os autores apresentam dois casos clínicos em que a primeira manifestação clínica de neoplasia foi a metastização orbitária.
No primeiro caso, tratava-se um doente do sexo masculino, de 42 anos de idade, cuja manifestação clínica inicial foi a exoftalmia unilateral à direita. A investigação clínica, imagiológica e laboratorial revelaram como tumor primário um carcinoma hepato-celular.
No segundo caso, tratava-se de um doente do sexo masculino, de 44 anos de idade, cuja apresentação clínica foi, também, exoftalmia unilateral à esquerda. Os exames complementares de diagnóstico realizados revelaram tratar-se de metastização orbitária de adenocarcinoma da sigmoideia.
Conclusões: Em 25% dos casos, a metástase orbitária é a manifestação inaugural de uma neoplasia. A pesquisa do tumor primitivo, desencadeada pelo oftalmologista, exige uma equipa multidisciplinar com o objectivo de estabelecer uma terapêutica, muitas vezes apenas paliativa mas que, em alguns casos, possibilita a melhoria da qualidade de vida do doente ou o aumento da sua sobrevida.
Publicado:
na Revista da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia, Vol. XXV, N.º 2-4, pág 51-57, Abril-Dezembro de 2001
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