Autores:
P. Santos Kaku, João Cabral, Isabel Prieto, F.E. Esperancinha
Resumo:
Introdução: O carcinoma das células de Merkel consiste numa neoplasia neuroendócrina rara, com elevado grau de malignidade.
Material e Métodos: Os autores procedem à revisão de dois casos clínicos de doentes apresentando um carcinoma de células de Merkel da pálpebra superior.
No primeiro caso, tratava-se de uma doente de 77 anos de idade com volumoso tumor da pálpebra superior de crescimento rápido e doloroso, inicialmente tratado como chalázion e que não cedeu à terapêutica clássica. Efectuou-se excisão da lesão com conservação do tarso, não se registando recidiva no decurso do primeiro ano de acompanhamento.
No segundo caso, tratou-se de uma doente de 62 anos de idade, com volumoso tumor da pálpebra superior ao nível do bordo palpebral, de cor avermelhada, pediculado com base ampla e crescimento rápido. Efectuou-se biópsia excisional que revelou carcinoma de células de Merkel. Decorridos 3 meses, observou-se recidiva tumoral na mesma pálpebra mas longe do local primitivo. Optou-se por reintervir, tendo-se efectuado excisão em bloco de toda a pálpebra superior com reconstrução palpebral recorrendo a retalhos de mucosa nasal e pele infraciliar.
Conclusão: O carcinoma de células de Merkel consiste numa neoplasia maligna rara, que é necessário considerar no diagnóstico diferencial dos tumores palpebrais do adulto, exigindo um diagnóstico e terapêutica precoces, visando evitar a sua disseminação sistémica.
Apresentado:
no XLIII Congresso Português de Oftalmologia em Vilamoura, Novembro-Dezembro de 2000
Publicado:
na Revista da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia, Vol. XXV, N.º 1, pág 1-4, Janeiro-Março de 2001
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