Cristina Santos, Inês Coutinho, Ana Rita Azevedo, Cláudia Constantino, Ana Berta Sousa, Filomena Pereira, José Laranjeira, João Cabral, Susana Teixeira
Objectivo: Descrever a experiência do Serviço de Oftalmologia do Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca no diagnóstico e tratamento de retinoblastoma entre Janeiro de 2004 e Dezembro de 2014.
Métodos: Revisão retrospectiva dos processos clínicos e exames complementares de diagnóstico.
Resultados: Foram tratados dezasseis doentes no período em estudo, sendo cinco casos bilaterais. O diagnóstico foi estabelecido em média aos 27 meses de idade e a forma de apresentação mais frequente foi leucocória. Dois casos apresentavam história familiar. O tempo médio de seguimento foi de 51,6 meses. Um dos doentes desenvolveu um pineoblastoma, tendo acabado por falecer de complicações relacionadas com a quimioterapia sistémica. De entre as 16 crianças, 11 realizaram quimioterapia sistémica. Nove olhos foram submetidos a enucleação, dois deles após falência da terapêutica conservadora. Os restantes doze olhos foram sujeitos a tratamento conservador, cinco dos quais exclusivamente em Portugal, recorrendo a quimioterapia sistémica, crioterapia e fotocoagulação com LASER. Oito doentes (nove olhos) foram encaminhados para o Hôpital Ophtalmique Jules Gonin na Suíça, para complementar a terapêutica realizada.
Conclusões: O tratamento do retinoblastoma tem evoluído nos últimos anos. As novas opções para tratamento local, mais eficazes e seguras, têm tornado possível cada vez mais preservar a vida, o órgão e a função. No entanto, para o sucesso terapêutico é fundamental o diagnóstico precoce.