A Intervenção do Oftalmologista na Cirurgia da Órbita: A Propósito de Dois Casos

Autores: 

João Cabral, Cristina Vendrell, Maria João Santos, F. Esteves Esperancinha

Resumo: 
     Introdução:  Nos últimos anos, os oftalmologistas têm vindo a limitar o seu campo de acção ao permitir que outros especialistas actuem e intervenham isoladamente numa área que nunca deixou de ser oftalmológica, como a órbita.
     Neste trabalho os autores apresentam dois casos clínicos de patologia traumatológica, em que pensam que o oftalmologista tem obrigação de intervir, eventualmente no início ajudado por colegas com mais experiência em cada campo (oftalmologistas ou não), mas onde vai adquirindo relativa autonomia, que permita intervir com segurança em algumas patologias orbitárias.
     Material e métodos: Caso 1: Homem de 67 anos, vítima de agressão de que resultou fractura do rebordo e do pavimento da órbita. Após realizado estudo imagiológico foi efec­tuada osteossíntese rígida do rebordo e enxerto do pavimento com placa de PDS.
     Caso 2: Criança de 12 anos, vítima de acidente com arma de fogo, de que resultou ferida penetrante da pálpebra inferior, com encravamento do projéctil entre o globo ocular e o pavimento orbitário. Foi feita a remoção do corpo estranho por via subciliar.
     Conclusões:  Apesar da cirurgia da órbita ser uma área multidisciplinar, com a expe­riência e o material necessário, o oftalmologista pode e deve intervir naquelas situações que não digam directamente respeito a outras especialidades.

 

Apresentado: 
no XL Congresso da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia, em Coimbra, Novembro de 1997