►Tumores intra-oculares |
Oncologia
Tumores intra-oculares
As estruturas intra-oculares, como todos os tecidos vivos, podem ser origem de tumores (benignos ou malignos), ainda que aqui, de uma forma pouco frequente. Os tumores intra-oculares podem ser originários dos próprios tecidos oculares (tumores primitivos) ou de outros tumores extra-oculares (tumores secundários ou metastáticos).
Dentro dos tumores malignos primitivos intra-oculares, há dois, que pela sua frequência, merecem destaque: o retinoblastoma e o melanoma da úvea.
Classificação de acordo com o Atlas de tumores intra-oculares de Jerry A. Shields e Carol L. Shields (segunda edição - 2008)
1 - Tumores e outras lesões da úvea
Tumores melanocíticos do estroma da íris |
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Quistos da íris |
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Tumores melanocíticos da coroideia |
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Lesões não neoplásicas que podem simular melanoma da úvea |
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Tumores metastáticos da úvea, retina e disco óptico |
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Tumores vasculares da úvea | hemangioma da coroideia |
Outros tumores da úvea | neurofibroma (nódulos de Lisch) |
2 - Tumores e outras lesões da retina
Tumores da retina |
retinocitoma |
Lesões não neoplásicas que podem simular retinoblastoma |
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Tumores vasculares da retina |
hemangioma racemoso |
3 - Outros Tumores e lesões intra-oculares
Tumores e lesões do EPR (Epitélio Pigmentado da Retina) |
hipertrofia congénita solitária do EPR hamartoma do EPR associado a P.A.F. e S.G. |
Outros tumores |
1 - Tumores e outras lesões da úvea
Tumores melanocíticos do estroma da íris (nevo e melanoma)
Nevo da íris O nevo é um tumor benigno originado nos melanocitos. Ao contrário das efélides ou sardas, os nevos apagam a arquitectura normal da superfície da íris. Podem ter forma, pigmentação e tamanho variável. (ver mais) |
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Melanoma da íris
O melanoma da íris é um tumor maligno originada nos melanocitos no estroma da íris. São cerca de 5% de todos os melanomas da úvea. Tem uma predilecção pela raça branca, e cerca de 80% dos casos localizam-se na porção inferior da íris. (ver mais) |
Quisto da íris Os quistos da íris têm várias formas de apresentação consoante a sua causa e localização. Frequentemente originam-se na raiz da íris, no ângulo camerular. Podem ser únicos ou múltiplos, uni ou bilaterais, podendo ser de transmissão hereditária. Podem rebentar e colapsar espontaneamente, e depois voltar a encher. (ver mais) |
Tumores melanocíticos da coroideia (nevo, melanocitoma do disco óptico e melanoma)
O nevo é um tumor benigno originado nos melanocitos. Forma uma pequena elevação cinzenta, castanha ou amarelada na coroideia.
Os nevos da coroideia são frequentes (estão presentes em 10% da população). (ver mais) |
O melanocitoma é uma variante do nevo melanocítico. que é fortemente pigmentado e classicamente localizado no disco óptico (em parte ou na totalidade). Presume-se ser congénito e não hereditário. Ao contrário dos melanomas da úvea, o melanocitoma parece não ter predileção pela raça branca. (ver mais)
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Melanoma da coroideia É um tumor maligno, e é o tumor intra-ocular mais frequente nos adultos. Pode evoluir de um nevo pré-existente, ou surgir de novo. Muitas vezes cresce sem dar sintomas e tem risco de metastização para o fígado, pulmão e pele. O Diagnóstico é feito por fundoscopia e por outros exames, como a Ecografia e a Angiografia. O tratamento deste tipo de tumores deve ser o mais precoce possível, e é feito com radioterapia, LASERterapia, crioterapia, e quando necessário, com a enucleação. Nestes casos, é colocada uma prótese que mantém a mobilidade do globo enucleado. (ver mais) |
Lesões não neoplásicas que podem simular melanoma da úvea:
- Degenerescência Macular Relacionada com a Idade (DMRI), Prolapso da úvea e estafiloma
Degenerescência Macular Relacionada com a Idade (DMRI)
A Degenerescência Macular Relacionada com a Idade (DMRI) é uma causa muito comum de perda de visão em doentes idosos. Frequentemente origina hemorragias que podem simular um melanoma pigmentado. No entanto, a DMRI produz frequentemente exsudados e tecido fibroso, pela reabsorção da hemorragia e hipertrofia do Epitélio Pigmentado da Retina (EPR), achados pouco frequentes no melanoma da coroideia. (ver mais) |
Prolapso da úvea e estafiloma O prolapso extra-ocular do tecido úveal faz-se através de um local enfraquecido da esclerótica, a camada da revestimento mais resistente do globo ocular, enfraquecimento que pode ser de causa conhecida (traumatismo, artrite reumatoide) ou desconhecido. O estafiloma, é uma saliência do globo ocular, da córnea e/ou da esclerótica, devido ao enfraquecimento local da parede ocular, devido a traumatismo ou processo inflamatório. (ver mais) |
Tumores metastáticos da úvea, retina e disco óptico (metástase da íris e metástase da coroideia)
As metastases da íris representam menos de 10% das metástases intra-oculares. As metástases mais frequentes provêm de carcinomas (adenocarcinoma da mama na mulher e adenocarcinoma do pulmão no homem), mas também podem provir de sarcomas e melanomas. (ver mais) |
Metástase da coroideia As metastases da coroideia representam mais de 90% das metástases intra-oculares. As metástases mais frequentes provêm de carcinomas (adenocarcinoma da mama na mulher e adenocarcinoma do pulmão no homem), mas também podem provir de sarcomas e melanomas. (ver mais) |
Tumores vasculares da úvea (hemangioma da coroideia)
Hemangioma da coroideia É um tumor benigno que constituído por vasos sanguíneos anormais. O tipo circunscrito aparece na idade média da vida. O líquido libertado acumula-se entre a retina, podendo provocar alterações da visão. Se é em grande quantidade pode mesmo provocar descolamento da retina. O tratamento clássico é com radioterapia, mas ultimamente tem-se conseguido tratar com terapia foto-dinâmica e LASER. (ver mais) |
Outros tumores da úvea (neurofibromas - nódulos de Lisch)
Neurofibroma da íris - nódulo de Lisch Os neurofibromas da íris ou nódulos de Lisch, são pouco frequentes, e normalmente estão associados a neurofibromatose de von Recklinghausen ou tipo 1 (NF1). Podem aparecer como pequenas massas pouco pigmentadas. Estes doentes têm maior incidência de melanoma da úvea. (ver mais) |
2 - Tumores e outras lesões da retina
Tumores da retina (retinoblastoma e retinocitoma)
Retinoblastoma É um tumor maligno, e é o tumor intra-ocular mais frequente nas crianças. O diagnóstico precoce e o tratamento atempado são importantes para evitar as metastases e manter o olho e a visão. O diagnóstico muitas vezes é suspeitado pela existência de leucocória (pupila branca) e é confirmado por fundoscopia e por outros exames, como a Ecografia e a Tomografia computorizada. O tratamento é principalmente realizado com quimioterapia, podendo ser também utilizada a radioterapia, a crioterapia, a LASERterapia, e nos casos avançados, com a enucleação. Nestes casos, é colocada uma prótese que mantém a mobilidade do globo enucleado. (ver mais) |
Lesões não neoplásicas que podem simular retinoblastoma (doença de Coats e P.V.P.H.)
A doença de Coats é uma doença idiopática caracterizada por telangiectasias congénitas da retina, normalmente unilaterais, e em rapazes. Pode haver exsudação de líquido sub-retiniano e este provocar descolamento de retina. A exsudação tende a formar placas sub-retinianas de cor amarelada. Pode simular retinoblastoma por produzir exsudação localizada à região macular, ou descolamento total da retina. No entanto, no retinoblastoma, normalmente não há telangiectasias da retina. (ver mais) |
Tumores vasculares da retina (hemangioma racemoso)
3 - Outros Tumores e lesões intra-oculares
Tumores e lesões do Epitélio Pigmentado da Retina (EPR)
Hipertrofia congénita solitária do Epitélio Pigmentado da Retina (EPR)
A Hipertrofia Congénita (HC) solitária do Epitélio Pigmentado da Retina (EPR) é uma lesão normalmente única, e apesar de ser diagnosticada na idade adulta, pensa-se ser de origem congénita. (ver mais) |
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Hamartoma do Epitélio Pigmentado da Retina (EPR) associado a Polipose Adenomatosa Familiar (PAF) e sindroma de Gardner
Os Hamartomas do Epitélio Pigmentado da Retina (EPR) têm uma forte relação com a Polipose Adenomatosa Familiar (PAF) (HEPR-PAF), uma doença autossómica dominante em que há praticamente 100% de hipóteses de vir a desenvolver neoplasia do cólon. (ver mais) |
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Hiperplasia reactiva pseudo-neoplásica do Epitélio Pigmentado da Retina (EPR) O Epitélio Pigmentado da Retina (EPR) tem marcada propensão para sofrer hiperplasia reactiva como resultado de uma agressão ocular, normalmente por inflamação ou traumatismo. Habitualmente é pequena e não levanta problemas de diagnóstico, mas por vezes, pode pode simular uma neoplasia pigmentada como um melanoma do corpo ciliar ou do próprio EPR. (ver mais) |
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Hamartoma combinado da retina e do Epitélio Pigmentado da Retina
(EPR) Os Hamartomas combinados da retina e do Epitélio Pigmentado da Retina (EPR) podem apresentar muitas formas clínicas. Pensa-se ser de origem congénita e não hereditária. (ver mais) |
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Epitelioma (adenoma) do Epitélio Pigmentado da Retina (EPR)
O epitelioma do Epitélio Pigmentado da Retina (EPR) é um tumor que é diagnosticado no adulto, normalmente único e unilateral. (ver mais) |
Epitelioma (adenoma) do Epitélio não Pigmentado corpo ciliar
O epitelioma do Epitélio não Pigmentado do corpo ciliar é um tumor que é diagnosticado no adulto, normalmente único e unilateral. (ver mais) |
Tratamento dos tumores intra-oculares
Videos
ATENÇÃO: Os videos apresentados são feitos para oftalmologistas.
Podem conter imagens chocantes para o público em geral.
● Iris tumor with subluxated cataract: Making options before and during surgery Prieto I., Cabral J., Kaku P., Esperancinha F. E.
Apresentado: ► no Video Symposium on Challenging Cases do XIXth Congress of the European Society of Cataract and Refractive Surgeons (ESCRS) em Amsterdão, Setembro de 2001, onde foi vencedor do 1º lugar na competição de video (Special cases). ► na Reunião da Cirurgia Implanto-Refractiva de Portugal – CIRP 2001 em Viana do Castelo, Outubro de 2001. ► no XLIV Congresso Português de Oftalmologia no Porto, Novembro-Dezembro de 2001. |
● Olha Quisto!João Cabral, Isabel Prieto, Ana Souza e Silva, Paulo Kaku, Mara Ferreira, F. Esperancinha
Apresentado no XLVI Congresso Português de Oftalmologia em Vilamoura, Dezembro de 2003. |
● Prolapsos da úvea João Cabral, Isabel Prieto, Ana Souza e Silva, Paulo Kaku, F. E. Esperancinha
Apresentado: ► no XLV Congresso Português de Oftalmologia no Funchal, Novembro de 2002. ► no XLVII Congresso Português de Oftalmologia em Viseu, Dezembro de 2004. ► no XLVIIICongresso Português de Oftalmologia em Cascais, Dezembro de 2004, onde foi vencedor do Prémio SPO – Melhor vídeo. |
Posters
● Quistos da íris – abordagens diagnóstica e terapêutica
Sara Carrasquinho, Gonçalo Almeida, Ana Isabel Silva, Manuela Bernardo, João Cabral, Isabel Prieto
Apresentado no 50º Congresso Português de Oftalmologia, no Porto, Dezembro de 2007,
onde recebeu o prémio Théa - Melhor Poster.
● Hamartoma combinado de retina e epitélio pigmentado da retina?
João Cabral, Susana Teixeira, Mara Ferreira, José A Laranjeira,
Peter Pêgo, Gonçalo Almeida, Diogo Cavalheiro
Apresentado no 51º Congresso Português de Oftalmologia, no Porto, Dezembro de 2008.
Trabalhos publicados
● Quistos da íris – abordagens diagnóstica e terapêutica
Sara Gonçalves Carrasquinho, Gonçalo Almeida, Ana Isabel Silva,
Manuela Bernardo, João Cabral, Isabel Prieto
Publicado na Revista da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia, Artigo em PDF
Vol. XXXII, n.º 3, pág 149-157, Julho-Setembro de 2008.
● Panuveíte bilateral como síndroma mascarado de recidiva de LNH do SNC
João Rodrigues, Nuno Amaral, Filomena Ribeiro, Susana Teixeira, João Cabral
Publicado na Revista da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia, Artigo em PDF
Vol. XXVII, n.º 3, pág 19-23, Julho-Setembro de 2003
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