Biopsia (ver mais):

    

     O objectivo de toda a biópsia é obter tecido que seja representativo da lesão, minimise o defeito cosmético, e que interfira o menos possível com o tratamento ulterior, se estiver indicado.

     O espécimen deve conter suficiente material para permitir uma boa análise histológica, sem ser manipulado em excesso nem mecanicamente alterado, e incluir parte de tecido normal adjacente para que o patologista possa comparar as áreas afectadas com as sãs.

     É importante fazer o devido relatório para o patologista, sendo muito útil deixar indicação do local onde foi feita a biópsia, num esquema elucidativo, que também não deve faltar no diário clínico do doente. Pode ser útil a realização de várias biópsias, sendo neste caso mais importante o registo do esquema.

 

     É frequente encontrar lesões palpebrais que geralmente se circunscrevem à pálpebra e que, ocasionalmente, se estendem à conjuntiva ou à órbita.          

     A biópsia está especialmente indicada nas situações em que se suspeita da malignidade de uma lesão palpebral. Clinicamente, esta suspeita assenta na constatação de um crescimento constante (e por vezes rápido) de uma lesão, na hemorragia fácil, na ulceração espontânea, na alteração da coloração, vascularização e do aspecto da superfície da lesão, e no componente inflamatório associado. Assim, todas as lesões, excepto aquelas que se diagnosticam com segurança pela observação, devem ser biopsadas, também as lesões inflamatórias de diagnóstico duvidoso.

     Para preparar a biópsia, a pele deve ser desinfectada como para a cirurgia. A anestesia vai depender das características da lesão e do tipo de biópsia a realizar, pois há pequenas biópsias, que são menos dolorosas que a anestesia normalmente empregue. A técnica de biópsia depende da localização, extensão e suspeita histológica da lesão.

 

    Tipos de biópsias

    Biópsia excisional: É a técnica de eleição para o cirurgião que pretende num mesmo acto cirúrgico, obter uma biópsia do tumor e extirpá-lo na sua totalidade. Consoante a malignidade do tipo de tumor suposto, assim deve ser a margem de segurança de tecido aparentemente normal que se remove com o tumor. 

    Biópsia incisional: tem como finalidade obter uma pequena porção da lesão, mas suficiente para estabelecer o diagnóstico. Normalmente tem a forma de cunha, e deve contar tecido da lesão e de tecido são adjacente. Normalmente não é necessária a sutura, e a hemostase é feita com penso compressivo e pomada de antibiótico.

    Biópsia por shaving: Consiste na realização de uma incisão paralela ao plano cutâneo de uma lesão que é essencialmente exofítica (queratose, nevo).

    Biósia por trépano (punch): Método muito fácil de usar, muito utilizado pelos dermatologistas, em que são usados trépanos de 3 ou 4 mm, mas pode ser de difícil utilização e estar contra-indicada na pálpebra, pela proximidade do globo ocular. É um bom método porque não lesa os tecidos colhidos, permitindo assim, um bom exame anátomo-patológico.

    Biópsia por citologia aspirativa: pouco usada nos tumores palpebrais, por serem de fácil acesso aos outros tipos de biópsia.