Visão geral
Os tumores são proliferações celulares anómalas, originadas em qualquer tecido orgânico. O diagnóstico e o tratamento de doentes com tumores dos olhos e seus anexos) ou secundários (metastisação de tumores de outra origem).
Podemos dividir anatomicamente os tumores oftalmológicos em quatro grupos:
► os tumores das pálpebras, e entre eles, o papiloma escamoso, a queratose seborreica, a queratose actínica, o pilomatrixoma, o tricoepitelioma, o nevo, o hemangioma capilar, o hemangioma cavernoso, os carcinomas (Baso-Celular, Pavimento-Celular, de glândulas sebáceas e o de Merkel), o melanoma, e o sarcoma de Kaposi. ► os tumores da conjuntiva, e entre eles, o papiloma, o nevo, o dermoide e dermolipoma, a leucoplasia, a neoplasia intra-epitelial, o Carcinoma Pavimento-Celular, a Melanose Primária Adquirida (PAM), o melanoma, e o linfoma. ► os tumores intra-oculares, e entre eles, os tumores da íris (nevo, melanoma, quisto, metástase, neurofibroma), da coroideia (nevo, melanocitoma, melanoma, hemangioma, metástase), e da retina (retinoblastoma). ► e os tumores da órbita, e entre eles, o quisto dermoide, o teratoma, o hemangioma capilar e cavernoso, o linfangioma, o lipoma, o adenoma pleomórfico da glândula lacrimal, o rabdomiosarcoma, o carcinoma da glândula lacrinal e o linfoma. |
A compreensão dos tumores oftalmológicos tem vindo a progredir bastante nestes últimos anos. A clássica anatomia patológica estendeu-se para a patologia molecular. A imuno-histoquímica converteu-se num método de rotina para o diagnóstico diferencial dos vários tumores. O estudo do DNA passou a ter grande aplicação prática, especialmente no retinoblastoma.
Apesar das pálpebras terem estruturas comuns à restante pele (e assim poderem sofrer todas as suas doenças), elas também têm estruturas únicas, as glândulas de Meibömio e as glândulas de Zeis e de Moll, o que as tornam em local de predilecção para os tumores sebáceos e apócrinos.
A conjuntiva difere das outras membranas mucosas pelo grande grau de exposição solar que têm. Assim, os seus tumores mais frequentes são os actínicos (queratoses, displasias, carcinomas e melanomas).
Dos tumores intra-oculares mais importantes estão o retinoblastoma (na criança) e o melanoma da úvea (no adulto).
A maioria dos tumores da órbita são de origem linfática ou dos tecidos moles. Por razões desconhecidas, a órbita é um local frequente de linfomas extra-nodais, histiocitomas fibrosos, e nas crianças, de rabdomiosarcomas. Os tumores da glândula lacrimal são muito semelhantes aos das glândulas salivares. O nervo óptico tem gliomas e meningiomas como no resto do Sistema Nervoso Central, mas há um tumor (intra-ocular) exclusivo da cabeça do nervo óptico, o melanocitoma.