O Carcinoma Baso-Calular (CBC ou Carcinoma de células basais) é o tumor maligno mais frequente da pele. Ocorre principalmente na região da cabeça e pescoço, frequentemente originário das pálpebras, pois 90% dos tumores malignos das pálpebras são CBC.
Normalmente surge a partir dos 50 anos, mas pode aparecer em pessoas mais novas, especialmente naquelas que apresentam lesões predisponentes para o desenvolvimento de CBC. Tem como factores de risco, entre outros, a exposição prolongada à radiação (solar e outras), a cor clara da pele (pouco pigmentada), e a imuno-supressão. Daí que possam surgir vários destes tumores, especialmente nas zonas mais expostas.
Pode aparece na pálpebra inferior (65% dos casos), canto interno (15%), pálpebra superior (15%) e canto externo (5%). Normalmente é indolor, mas se tem características invasivas, pode atingir os nervos vizinhos da pálpebra e da órbita e provocar dor.
Apresenta-se sob várias formas, normalmente (mais de 80% dos casos) sob a forma de um nódulo duro, podendo ser pigmentado ou estar ulcerado (e sangrar). É a forma nodular, ou nódulo-ulcerada. O aspecto fundamental da maioria destas lesões, é a natureza perolina, cerosa, ou translucente destes tumores, melhor observadas nos seus bordos (debrum). A presença de alterações vasculares (telangiectasias) principalmente perto dos bordos da lesão é característica e frequente. Quando perto da margem da pálpebra, o CBC provoca perda das pestanas adjacentes (madarose).
Pode também apresentar-se raramente sob a forma morfeica ou esclerosante, como uma lesão plana, pálida, de limites mal definidos. Por não apresentar massa tumoral evidente, pode não ter úlcera, e pode confundir-se com lesões inflamatórias das pálpebras. Se não diagnosticado a tempo, este tipo de CBC pode invadir as estruturas vizinhas (sistema de drenagem lacrimal, órbita e até cavidade intra-craniana).
É um tumor que cresce lentamente, e dentro dos tumores malignos, são os menos agressivos, sendo muito raras as metástases à distância. A sua malignidade provem do seu poder invasivo local, e capacidade de poder invadir os canais linfáticos.
O tratamento é normalmente cirúrgico, mas pode também ser com radiação. Apesar de ser eficaz, podem surgir novos focos de tumor no local, nas proximidades, ou noutras zonas mais expostas à radiação solar (nariz, lábios, orelhas).